This post is also available in: English
Os empreendimentos futuros dos alunos formados pela LIS refletem a espantosa diversidade de interesses e talentos presentes na nossa comunidade escolar. Incentivamos os antigos alunos da LIS a partilhar connosco histórias do seu percurso a nível universitário e outras reflexões do seu desenvolvimento, entrando em contacto com Sra. Kristen Belka Rosenfield krosenfield@lisluanda.com.
Após terminar o curso da LIS no Verão de 2017, Yulia deu continuidade aos seus estudos na University College em Londres, na área de Engenharia Química, uma disciplina que adora. Motivada pelo desejo de aprender e crescer como pessoa, que sempre a acompanhou desde os dias em que frequentava o ensino secundário, Yulia perspetiva as suas futuras experiências com confiança e expetativa. Fora do contexto académico, Yulia dedica o tempo a cultivar novas e antigas amizades, a apreciar a natureza e a aperfeiçoar a sua técnica no ukelele.
Bem vistas as coisas, este ano foi muito bom. Sinto que cresci imenso como pessoa e como estudante desde a altura em que deixei a LIS. Acho que a LIS e o programa do IB foram uma óptima preparação para o meu primeiro ano na universidade. As competências que aprendemos enquanto alunos do IB enquadram-se na perfeição no contexto universitário e vejo que estou mais à vontade do que muitos dos meus colegas de curso. Quando penso nas coisas que me motivam, devo confessar que é mesmo crescer até onde for possível e tentar criar um futuro do qual me possa orgulhar. A universidade e o curso que frequento são apenas uma plataforma que me serve para estabelecer mais relações e ficar ligado a áreas e pessoas que são importantes para mim. Fora da escola, tenho tido muito boas experiências, sobretudo graças ao contacto com pessoas de origens e perspetivas diferentes das minhas, algo que, mais uma vez, me é familiar devido ao ambiente internacional promovido na LIS. Para concluir, quero apenas dizer que me sinto privilegiado por estudar numa universidade africana, porque me permitiu ver o mundo de forma diferente, e muito mais aprofundada. Penso que estou no bom caminho para um dia regressar a Angola e abordar (quem sabe até solucionar) muitos dos problemas que o país enfrenta.
Há muitas coisas que me motivam e me dão razões para sair da cama de manhã. No topo da lista está provavelmente o desejo de ser bem-sucedida e de deixar orgulhosos todos aqueles que me incentivam e me dão apoio. A força e apoio incondicional que recebo dos meus amigos e da minha família (mesmo estando longe) fazem-me sentir amada e é essa energia que me leva a atingir os meus objetivos. O fio que me conduz são os meus sonhos. Espero poder um dia aplicar tudo aquilo que aprendi na escola e na universidade e dar o meu contributo para as comunidades de que sinceramente gosto, como por exemplo os orfanatos com quem trabalhei durante os meus dias de estudante na LIS. Quando entrei para a LIS, no Ano 6, não falava uma palavra de inglês e senti-me como um peixe fora da água, mas no espaço de apenas uns meses, já estava completamente integrada, fazia parte da equipa e participava em todos os eventos, como o Dia Internacional, o Dia da Paz, a Feira da LIS, etc. Gostei imenso de estudar na LIS, porque é uma escola única no seu esforço para promover um verdadeiro sentido de comunidade e de diversidade cultural. Conheci pessoas sensacionais, entre professores e alunos vindos dos quatro cantos do mundo, e de quem guardarei sempre boas recordações pela vida fora. A LIS é, para todos os alunos internacionais, a sua casa longe de casa. Mas mais importante ainda, a LIS ajudou-me a ser a pessoa que sou hoje, mostrando-me todos os aspetos do mundo e incentivando-me desde cedo a correr riscos que valem a pena.
Neste momento estou a estudar no Instituto Politécnico e Universidade Estatal da Virgínia, ou, simplesmente Virginia Tech, como é conhecido. É uma boa escola, que eu recomendo sem hesitar… isto é, para quem não se importa de viver no meio do nada, com temperaturas que chegam aos 20 graus negativos durante o inverno! Mas, olhando para a parte positiva, temos os melhores refeitórios dos Estados Unidos, o campus é muito bonito, foi aqui que vi neve pela primeira vez na minha vida, e o programa de Engenharia que a escola oferece é muito bom. Viajar nos Estados Unidos é bastante mais fácil (e seguro) do que em Angola; visitar um amigo ou fazer planos para umas miniférias noutro estado é algo que se resolve com apenas alguns cliques através da Internet. Na Páscoa passada, durante as férias, fui fazer paraquedismo com o Jahin, outro antigo aluno da LIS.
O meu curso é de Engenharia Mecânica, com uma vertente de Ciências da Computação, que é o que estou presentemente a estudar. Contudo, como sempre fui um entusiasta da aviação, aeroportos e viagens em geral, os meus futuros planos têm mais a ver com aeronáutica e aviação comercial; estou a considerar as minhas opções e a melhor forma de atingir esse objectivo.
Em relação à LIS, acho que entrei ainda em idade da Pré-Primária, quando a escola era no centro de Luanda – é possível encontrar fotos online que mostram como tudo era diferente nessa altura, antes da mudança para Talatona. Quando penso nesses tempos, vejo que uma das melhores coisas da LIS era a sua comunidade que, apesar de ser muito diversa, nos fazia sentir rodeados de amigos de longa data! Além disso, quase todos os alunos viviam em condomínios perto da escola, o que facilitava os encontros para estudar, etc.
Terminei recentemente o meu curso de Engenharia Mecânica no Instituto de Tecnologia da Georgia (mais conhecido por Georgia Tech ou GT). Enquanto estudante do GT, tive a oportunidade de fazer amizades com gente de todo o mundo, algo que procuro sempre e que se tornou natural em mim por ter estudado em escolas internacionais, em especial na LIS. Pude experimentar fazer coisas diferentes, incluindo um trabalho de investigação na NASA para criar um veículo subaquático autónomo capaz de recolher amostras de gelo para a missão planeada até à lua Europa, que é um satélite de Júpiter. Também colaborei em trabalhos com os Engenheiros Sem Fronteiras, que desenvolvem projectos de saneamento de águas junto às comunidades no Uganda. Entrei para a equipa de râguebi e pratiquei o desporto durante 2 anos, até finalmente ceder aos pedidos da minha mãe para escolher outro desporto de menor risco – e afinal de contas, acabei por sofrer uma ruptura de ligamento no joelho a jogar futebol…, mas continuei a treinar quase todos os dias na universidade.
Tive ainda a oportunidade de estudar fora, na Europa, durante quase 8 meses, e ficar a conhecer grande parte (se não toda) a Europa Ocidental, tendo visitado mais de 50 cidades e entrado na Universidade de Oxford e na Universidade de Metz, em França, com quem a Georgia Tech tem parcerias. Durante este tempo, pude rever velhos amigos da LIS e outros que fiz em Atlanta e criar memórias inesquecíveis de companheirismo e viagens que fizemos em conjunto a vários pontos do mundo, como o Belize, onde trabalhei lado a lado com um grupo de consultores empenhados em melhorar as condições de vida da comunidade dos Maias.
No meu último semestre, tive o privilégio de trabalhar no Centro para Controlo de Doenças (CDC, em inglês) e no Imperial College de Londres, no Reino Unido, num projecto de criação de um aparelho que identifica mosquitos geneticamente modificados usando lâmpadas LED fluorescentes que afectam as proteínas no sistema dos insectos. Os mosquitos são alterados com uma mutação genética que afecta a sua reprodução, para que a longo prazo, a população de mosquitos diminua nas áreas específicas onde estamos a trabalhar (Burkina Faso e Mali).
Sinto-me muito afortunado por ter recebido uma proposta de trabalho como consultor no Departamento de Práticas Emergentes do NCR em Atlanta, onde posso integrar uma equipa que desenvolve novos métodos para melhorar as tecnologias do NCR, explorando novas vias através das quais a empresa pode continuar a crescer.
Quem sou e aquilo que faço hoje deve-se muito à minha incrível experiência de viver e crescer em África, e um factor determinante no meu percurso foi a influência da LIS, com os seus professores, funcionários e amigos. Todos contribuíram para fazer de mim a pessoa que sou hoje; alguém que se esforça por demonstrar e dignificar os valores dos alunos internacionais, nas várias vertentes do Saber, que nos são transmitidas pelo IB. É graças ao estudo internacional que eu tenho tantos amigos espalhados pelo mundo inteiro, e sei que onde quer que eu vá, posso esperar encontrar pessoas que me ensinem novas culturas e experiências, da mesma forma que eu tento sempre que alguém me visita a mim. Portanto, o meu conselho é: “cuidem de manter as ligações à medida que o tempo passa; nunca se sabe onde as pessoas vão parar e até onde nos podem levar!